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domingo, 10 de setembro de 2017

Setembro Amarelo

 @cvv141 


Ao falar sobre suicídio, é muito importante a reflexão acerca das nossas ações cotidianas que poderiam, de alguma forma, intensificar a dor de alguém que já se encontra em sofrimento. Não são raras as situações em que existem pessoas fragilizadas ao nosso redor sem que tomemos conhecimento. Um caminho é sempre se perguntar:  o que estou prestes a fazer (ou a dizer) poderia fazer mal a alguém próximo? Será que eu poderia afetar negativamente alguém, mesmo sem perceber? 

O que falamos pode ter um peso muito grande sobre aqueles que sofrem em silêncio ao nosso lado, ainda que não seja evidente para nós. Quando assuntos como depressão, suicídio, transtornos psicológicos, entre outros, estão em pauta em uma roda de conversa, é importante prestar atenção ao que dizemos e à maneira com a qual nos expressamos. Um discurso que demonstre culpabilização e julgamento de quem tem depressão, por exemplo, pode ser assimilado por quem está fragilizado como uma reafirmação da sua incapacidade de melhora nesse quadro. Um discurso compreensivo e sem julgamentos, por outro lado, poderia oferecer apoio às pessoas que sofrem em silêncio e gerar uma sensação de acolhimento, o que facilitaria o processo de falar sobre o assunto e pedir ajuda. 

Portanto, algumas falas cotidianas poderiam ser evitadas com o intuito de não prejudicar as pessoas que sofrem ao nosso redor, como exemplo: discursos que culpabilizam os indivíduos que tem depressão, discursos que incentivam o suicídio como uma forma de resolução de problemas, falas que debocham e fazem chacota do sofrimento alheio, falas que atribuem uma causa simples e única para o quadro depressivo de alguém, discursos que atribuem a ideação suicida à “falta do que fazer”, falas que oferecem uma alternativa simples para  problemas complexos, entre outros.

Ações e discursos empáticos, que se atentam aos sentimentos alheios, podem salvar vidas.

*Texto do Blog do CVV (www.cvv.org.br)

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Visão do ser humano para Gestalt Terapia


Visão de homem para a Gestalt-terapia: 

A Gestalt-terapia compreende o homem como um ser em construção, inacabado, estando em permanente relação com o seu mundo, atribuindo significado e sentido para sua existência. 

É um homem aberto, capaz de revelar-se e desvelar-se a cada momento, carregando dentro de si o potencial para crescer e se desenvolver. É um homem corporificado que carrega histórias passadas, vivências do presente e projeta-se no futuro.

É um homem responsável pelas suas escolhas, capaz de criar-se e recriar-se diante do conhecido e ajustar-se criativamente diante do desconhecido; sem perder a essência do humano.

É uma existência singular, permeada de possibilidades, de abertura, que cabe à cada homem escolher seu caminho.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Eu não sou um deprimido! Isso é só um sintoma!!!!

O sintoma não é o todo e sim uma parte.

A Depressão é uma doença do organismo todo, que compromete o orgânico, o afeto e o pensamento. A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo, sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme e como se sente em relação a si próprio ou o que pensa sobre as coisas.
A depressão é uma doença que pode ter efeitos físicos e emocionais, tais como sentimento de culpa, inutilidade, indecisão, dificuldade de concentração, mudança nos hábitos de apetite ou de sono e perda de energia.
O indivíduo com depressão encontra-se só, fragmentado, sem referência, e geralmente rejeitado pela família e pelo mundo. Sem amigos e sem perspectiva, vive com  sentimento de tristeza e desânimo. O individuo encontra-se com situações inacabadas e gestalts cristalizadas(Situacões que se repetem como um padrão que não foram "satisfeitas").Sua percepção de si e do mundo ficam distorcidas e há  dificuldade de enxergar e de acreditar no seu próprio potencial para o sucesso e para a mudança, comprometendo a construção de um suporte para encarar as dificuldades, o contato consigo e com o mundo. Para a Gestalt-Terapia não há doente, e nem há doença. O ser humano dispõe de todo material necessário para enfrentar a vida, e para tanto precisa conscientizar-se das suas condições, ampliando a sua awareness ( consciência).
Na Gestalt terapia, deve-se encorajá-lo o indivíduo com depressão na promoção de tentativas de reencontrar seu centro de equilíbrio, e será necessário facilitar tal percurso com todos os modos possíveis á ele disponível, através de uma resignificação permanente de modos adequados de existir, de tal forma que ele encontre seu verdadeiro sentido existencial, sua realidade mais íntima, encorajado a sentir prazer em olhar para si mesmo e se reconhecer como pessoa. 
O individuo será convocado a se perceber, a se responsabilizar, e se conscientizar de suas escolhas, experiênciando o que têm no presente, criando suporte para enfrentar as situações no aqui e agora.
“Não basta ensinar às pessoas a descobrir as causas de suas desgraças. É preciso ensiná-las a conviver eficazmente com sentimentos de esperança e de transformação”. (Jorge ponciano Ribeiro)

terça-feira, 16 de junho de 2015

A importância de conhecer o seu propósito

A importância de conhecer o propósito para o qual você foi criado. 

 

 

Para que um propósito?

É comum, ao longo dos anos, as pessoas planejarem o futuro de suas vidas, tanto na carreira, na vida pessoal e em outros aspectos. Na maioria das vezes, nada sai como planejado, e aí você se desespera e fica em estagnação,porque nada do que você planejou aconteceu do jeito esperado, certo? 

Errado! Reconheça essa mudança de planejamento como uma oportunidade para: estabelecer metas que possam sercumpridas em curto prazo, em que aspecto você gostaria de melhorar, ou qual propósito você gostaria de alcançar na atual conjuntura de sua vida, e vá traçando metas que possam ser alcançadas até chegar ao seu objetivo. Além de causar uma satisfação pessoal por conseguir dar conta de suas metas, a vitória final se tornará cada vez mais próxima.

 

Não consigo achar meu propósito na vida, e agora?

O primeiro ponto que te impede de achar o tal propósito na vida, é procurar exatamente por isso. Afinal, quanto mais você procura e não acha, mais sofrerá com paralisia, frustrações e não consegue agir.

Antes de mais nada, é preciso inspiração, e para isso tente a cada dia se inspirar e se comprometer a largar tudo que te impede de encontrar inspiração. E lembre-se que você pode, claro, ter mais de um propósito na vida, e até mudá-lose quiser!

Pense que o seu propósito primeiro é o de se inspirar! E,para isso, é preciso cuidar de seu corpo e sua mente. Então, dedique mais tempo só a você, escute aquela música de sua preferência, leia um livro que lhe agrada, e realize atividades relaxantes. Isto é, separar um tempo para você mesmo é fundamental para refletir, e descansar da vida atribulada. 

Realize tais atividades que são agradáveis, mas fora do seu trabalho. Conheça pessoas diferentes para experiências novas e, é claro, cuide de seu corpo, se alimente bem, prefira alimentos saudáveis, e pratique atividades físicas. Como já dizia Einstein: loucura é continuar sempre fazendo a mesma coisa e, com isso, esperar resultados diferentes.

 

Reconheça suas prioridades

Existem várias coisas interessantes na vida, e, às vezes, desejamos ter todas de uma vez só. Entretanto, isso é impossível, e acaba por frustrar. 

Por isso, é importante selecionar as prioridadesmas de que forma? Pensando no momento atual da sua vida, selecionando sua maior prioridade e, consequentemente,estabelecendo metas para poder chegar ao seu objetivo. De qualquer modo, lembre-se de que é preciso caminhar devagar e dar um passo de cada vez. Isso é muito importante e, como dizem por aí, a pressa é inimiga da perfeição.

A importância de ter um propósito na vida

De que vale a vida sem propósitos?Não vale de nada,é claro. A importância de viver e lutar por um objetivo,seja qual for, já é um propósito e tanto. A busca incessante e intrínseca no ser humano de buscar e aprender coisas novas, estar sempre antenado no que acontece ao redor, é o que move todos os dias as pessoas a seguirem com suas vidas.

Essa é a busca por um propósito, não adianta quebrar a cabeça, tentar entender através do intelecto, ler livros e mais livros para descobrir seu objetivo de vida, pois no nosso propósito está justamente em viver a vida da maneira que mais acharmos conveniente e satisfatória. De uma forma ou de outra, isso é o oposto de ter obstáculos; é facilitar  a sua trajetória. 

Lembre-se de que a maior satisfação de alcançar um propósito está no caminho que traçamos antes de chegar a ele, de modo que o objetivo é apenas um ponto final. O grande valor está na trajetória em si, ou seja, no seu propósito.

Portanto, siga seu coração, caminhe sempre e o sucesso irá te alcançar. Combinados assim? Até a próxima, amigos!

 

 


terça-feira, 2 de junho de 2015

Transtorno Obsessivo-Compulsivo




  O sofrimento comumente conhecido como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma forma de lidar com uma emoção que não tem outro jeito de ser descarregada que não seja através de um ritual. A obsessão caracteriza-se por um pensamento aflitivo, aparentemente sem razão e intrusivo. Já a compulsão, consiste em um comportamento repetitivo, cuja função principal é tentar diminuir o desconforto de um pensamento obsessivo.

   Para a Gestalt-terapia o objetivo não é desfazer o ritual em si, já que ele é a única forma atual que a pessoa tem de lidar com uma sensação bastante desconfortável. O tratamento se dá na descoberta de outras formas de dar vazão a esta sensação. Através dessa construção, o ritual passa a não ser necessário e exclusivo podendo ser abdicado em prol de um jeito mais satisfatório de lidar com esse desconforto.

  É muito comum uma necessidade de se ter controle de tudo, de modo a garantir segurança. A terapia se torna um espaço para experienciar estar fora do controle de modo que gradualmente se conquiste um suporte, uma nova percepção das suas possibilidades de se buscar um jeito de lidar com a situação "fora do controle", imprevista, no momento em que essa acontecer, sem que então seja tão necessário se ter a sensação de ter domínio de tudo, pois reconhece-se a capacidade de resolver o problema quando ele aparecer.


quinta-feira, 28 de maio de 2015

O sintoma nao é o todo: Uma parte sobre a depressão!

O sintoma nao é o todo: Uma parte sobre a depressão!


Depressão é uma doença do organismo todo, que compromete o orgânico, o afeto e o pensamento. A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo, sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme e como se sente em relação a si próprio ou o que pensa sobre as coisas.
A depressão é uma doença que pode ter efeitos físicos e emocionais, tais como sentimento de culpa, inutilidade, indecisão, dificuldade de concentração, mudança nos hábitos de apetite ou de sono e perda de energia.
O indivíduo com depressão encontra-se só, fragmentado, sem referência, e geralmente rejeitado pela família e pelo mundo. Sem amigos e sem perspectiva, vive com  sentimento de tristeza e desânimo. O individuo encontra-se com situações inacabadas e gestalts cristalizadas(Situacões que se repetem como um padrão que não foram "satisfeitas").Sua percepção de si e do mundo ficam distorcidas e há  dificuldade de enxergar e de acreditar no seu próprio potencial para o sucesso e para a mudança, comprometendo a construção de um suporte para encarar as dificuldades, o contato consigo e com o mundo. Para a Gestalt-Terapia não há doente, e nem há doença. O ser humano dispõe de todo material necessário para enfrentar a vida, e para tanto precisa conscientizar-se das suas condições, ampliando a sua awareness ( consciência).
Na Gestalt terapia, deve-se encorajá-lo o indivíduo com depressão na promoção de tentativas de reencontrar seu centro de equilíbrio, e será necessário facilitar tal percurso com todos os modos possíveis á ele disponível, através de uma resignificação permanente de modos adequados de existir, de tal forma que ele encontre seu verdadeiro sentido existencial, sua realidade mais íntima, encorajado a sentir prazer em olhar para si mesmo e se reconhecer como pessoa.
O individuo será convocado a se perceber, a se responsabilizar, e se conscientizar de suas escolhas, experiênciando o que têm no presente, criando suporte para enfrentar as situações no aqui e agora.
“Não basta ensinar às pessoas a descobrir as causas de suas desgraças. É preciso ensiná-las a conviver eficazmente com sentimentos de esperança e de transformação”. (Jorge ponciano Ribeiro)

Ser presente, no presente!!!

Ser presente, no presente!


Viver no “ Aqui e agora” não é uma tarefa fácil e requer muita atenção!
" Os sistemas sensoriais e motores do indivíduo só podem funcionar no presente, e é da perspectiva dessas funções que a experiência presente pode ser palpável e viva!"
Precisamos de muita atenção para saber o que estamos vivenciando, o que estamos querendo e sobretudo o que o que estamos fazendo e sentindo. Atenção para sabermos o que temos agora, o que é possível no momento, e o que podemos buscar ou transformar.
Viver o “aqui agora” não significa abrir mão das expectativas e nem mesmo do que aprendemos no passado. O passado e o futuro fazem parte do momento presente, e não há como separá-los. Tentar fazer isso, é também deixar de viver o “aqui agora”. Não há como viver sem pensar no futuro, e não há como viver sem saber do que sou, através do que experiênciamos no passado!
viver o momento presente tal como ele nos é dado, é também ter expectativas, e também experiênciá-lo da forma que somos!
O “aqui agora” é onde encontramos energia viva! É No momento presente que encontraremos as soluções, os caminhos e o poder de transformar. O “aqui agora” acontece e se potencializa quando estamos presentes ou melhor,quando nos tornamos presentes!
Sem ser uma utopia mas com reais possibilidades, é o lugar em que poderemos viver intensamente de fato!  No momento presente podemos encontrar a forma de andar com um passo de cada vez sem atropelar o processo. O “aqui agora” é o lugar em que é  permitido errar e acertar. É o lugar em que curamos o sofrimento,simplesmente sofrendo! O lugar em que estaremos com o outro, tal como esse outro é!
Esse lugar aqui, é agora!
Eu sou, eu sinto, eu sei,eu quero, eu posso, eu me responsabilizo, eu escolho, eu cuido, eu transformo, eu mudo, eu VIVO!
"vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir"!

Por que tanta tristeza se você acabou de ter um filho lindo e perfeito?

A princípio realmente parece não fazer sentido que uma mulher que acabou de dar à luz a um bebê saudável sinta-se triste e deprimida. Mas, isto é muito mais comum do que se possa imaginar.
Um grande número de mulheres passa pelo puerpério, período que se inicia logo após o parto e tem uma duração de aproximadamente três meses, com essa sensação de tristeza profunda, ansiedade, medo e instabilidade emocional.
É uma fase de profundas alterações físicas, psicológicas e sociais na mulher, na qual aumentam os riscos para o aparecimento de transtornos psiquiátricos. Há necessidade de reorganização social e adaptação a um novo papel. A mulher tem um súbito aumento de responsabilidade por se tornar referência de um novo ser indefeso, sofre de privação de sono e isolamento social. Além disso, é preciso a reestruturação da sexualidade, da imagem corporal e da identidade feminina. É um momento desencadeador de uma série de mudanças intra e interpessoais.
São três tipos de distúrbios psiquiátricos puerperais: Tristeza Pós Parto, Depressão Puerperal e Psicose Puerperal. O que os distinguem é a gravidade do quadro e o que ele tem de incapacitante, afetando a funcionalidade da mãe e pondo em risco seu bem estar e o do bebê.
A Tristeza Puerperal é um distúrbio leve e transitório com poucos dias de duração. Acomete 50% a 85% das mulheres. Os sintomas são: choro, flutuação de humor, irritabilidade, fadiga, tristeza, insônia, dificuldade de concentração e ansiedade relacionada ao bebê. Pode durar de uma semana a 10 dias.
A Depressão Puerperal (DPP) é um transtorno psíquico de grau moderado a severo e atinge 10% a 20% das mulheres. Os principais sintomas são: tristeza, choro fácil, desalento, abatimento, labilidade, falta de apetite, náuseas, sensação de incapacidade de cuidar do bebê e desinteresse por ele, desinteresse pelas atividades do dia a dia, distúrbios do sono, insônia inicial e pesadelo, ideias suicidas, perda do interesse sexual e culpa. Desenvolve-se lentamente em semanas ou meses (Silva, E.T.; Botti, N.C.L., 2005).
A Psicose Puerperal é um distúrbio de humor psicótico que apresenta perturbações mentais mais graves. Ocorre em 0,1% a 0,2% das mulheres, seu início é abrupto nas duas ou três primeiras semanas após o parto. Tem como sintomas: confusão mental, perda do senso de realidade, agitação psicomotora, angústia, insônia, evolução para formas maníacas, melancólicas ou até mesmo catatônicas (Klaus e col., 2000). Segundo Vera Laconelli (2005), para a mulher em surto o bebê não existe como tal. Ele passa a ser um espaço vazio preenchido por elementos do psiquismo da mãe, cindidos do real.
The Man is at Sea is a recreation by Van Gogh
The Man is at Sea is a recreation by Van Gogh
Analisando a gravidez e o pós-parto sob um ponto de vista simbólico, entende-se que, o materno é um aspecto feminino que precisa ser elaborado no desenvolvimento da personalidade da mulher mesmo que não ocorra uma gravidez física. Gallbach afirma, baseada na teoria de C.G. Jung, que esse aspecto materno, uma vez constelado, deve ser confrontado pela mulher e ela deve deixar-se ser regida por ele. Assim ela passará pela transformação psíquica de “menina-moça para mulher-mãe. Num sentido mais amplo, de gerada para geradora, de criatura para criadora” (Gallbach, 1995).
Apesar de todo sofrimento envolvido, é possível correlacionar a depressão pós-parto como um momento positivo, de amadurecimento da mulher, contribuindo no processo de individuação e encontro de si mesma. As mudanças que ocorrem tanto físicas quanto psíquicas propiciam à ela um encontro com a sua essência. Desde o desejo de ser mãe, até o fato concreto de ter a criança nos braços, a transformação acontece independente de sua vontade consciente.O corpo vai lentamente se transformando e ao longo de nove meses um novo ser vem sendo gestado e a princípio se confunde e vive em simbiose com a mãe.
A mulher que, neste período, conseguir refletir e se entregar de corpo e alma ao processo pelo qual está passando, terá a chance de um entendimento maior, de uma elaboração do materno e do feminino como aspectos que pertencem a si e a uma esfera maior ao mesmo tempo. Essa passagem física de filha para mãe pode propiciar a compreensão psíquica de que o nascimento concreto de uma criança também pode ser vivido como renascimento de si mesma agora, transformada em mãe. A gravidez e a maternidade ainda podem ser refletidas como um processo de iniciação feminina que promove o contato com conteúdos inconscientes, a integração destes à consciência e consequentemente a ampliação e transformação dos mesmos.
A forma que vivemos hoje, associada à cobrança dos papéis sociais que devemos desempenhar impede, de alguma forma, esse olhar para dentro de si nesse período tão importante na vida da mulher. Esse pode, hipoteticamente, ser uma das causas dos transtornos psíquicos no puerpério.
A psicoterapia associada á técnicas de trabalhos corporais pode auxiliar nesse período por serem facilitadores no processo de autoconhecimento e busca de si mesmo. Além de diminuírem o estresse por proporcionar um relaxamento, essas técnicas promovem um rebaixamento no nível de consciência facilitando o acesso aos conteúdos inconscientes que, uma vez acessados, podem ser identificados, clarificados e integrados à consciência propiciando uma ampliação da mesma.
Fontes:
KLAUS, M. H., KENNEL, J. H. & KLAUS, P. (2000). VÌnculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas.
GALLBACH, M.R. – Sonhos e Gravidez – Iniciação à Criatividade Feminina. Paulus, 1995.
IACONELLI, V. – Depressão Pós-parto, Psicose Pós-parto e Tristeza Materna – Artigo da Revista Pediatria Moderna, v.41 n.4, 2005.
LILIAN MARIN ZUCCHELLI – Depressão Pós-parto Como Um Momento Positivo no Processo de Individuação da Mulher: Uma Visão Simbólica – Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Psicoterapia Analítica e Abordagem Corporal, 2011.
SILVA, E.T.; BOTTI N.C.L. – Depressão Puerperal – Uma Revisão de Literatura – Revista Eletrônica de Enfermagem v.07, n.2, p.231-238, 2005. Disponível em http://www.fen.ufg.br